É tudo tão som que tudo tão só se ouvi em ruídos...

terça-feira, 20 de abril de 2010

Lá...Baí...R...


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Verbos de tempo que  nenhuma palavra balbucia...

"Nóutro lúgar"

Veia vida vista de linfas...
Pequenas conexões entre glóbulos...
Em seu vibrar... É um compasso apenas...
Passo perna corpo que se esvai...
Escorrega e evapora...
Entre a perna e sua meia... Entre o tempo e há sua meia hora...

sexta-feira, 26 de março de 2010

Ele...

Ele podia ser feliz, mas um querer estranho o invadia, “ar” meio tarde, a meia noite, há meio dia?... O descontentamento era na verdade a única coisa que ele se contentava
(que cabia nele) e que com toda certeza o entendia e não o entediava...
Certa vez ele pensou:

-A frase, na boca, na língua, no beijo, em meia ao caos e o desejo. A frase nos dedos, nos olhos, na roupa, na cor escura e oca, que ainda assim contempla aquela mulher velha que dobra a esquina de encontro com o nada. E ainda assim (ela) meia que calada e muito mais velha, esboça um emaranhado de frases em seus variados sentidos...
É coisa simples que poucos percebem, na ignorância que a pura simplicidade venha a apurar, nas rugas que marcam o seu fitar pela vida, na postura curva de suas poucas e pequenas curvas, na redundância desse ato singelo do escrever. ..

sábado, 20 de março de 2010

Ver de?!





Era tudo tão natural, que fazia mal, a forma como tudo acontecia. Eu e ela e nada mais...

O centro de ânsia tão dolorosa que minha barriga produzia ao avistá-la era de forma tal um mal que me fazia necessário.

E assim se ia. Aos dias. Aos berros. Aos elos que formariam de uma forma outra a regra a norma que caminharia, e “rir- ia” de mim a vida (aqui) intera...



Eram nuvens que com meus pés pequenos eu podia alcançar. Alguns passos usando parte do calcanhar...

- a vida é azul dizia eu, deslumbrado com tudo que via lá de cima, mas a outra me rebatia com os longos ventos a passear sobre seus cabelos.

- vejo verde daqui, (dizia ela) não consigo entender como suas retinas são tão burras, aqui ha verde! E esse verde vem do ver, “ver de”: algum lugar...

Enxergar as coisas mais casuais de forma diferente, porque isso amanhã não é mais hoje, e tudo sempre muda (suas dores abdominais, por exemplo, não são mais as mesmas agora) e não adiante tentar reter o tempo, não se pode reter a verdade da vida. O tempo é tão subjetivo quanto à própria vida, é ele que brinca e a coloca pra dormi na hora certa! O incerto é o certo aqui e, mas nada!

É sempre hora de “ver-de” diferente...



Foram suas ultimas palavras, depois disso nos calamos e depois que saímos de lá, ela nunca mais voltou...

O “ver de” novo morreu de tão velho...

quarta-feira, 3 de março de 2010

As aventurasde "Sercilia"

Despropósitos a parte, o céu de seu cérebro respira e transpirava fumaça...


... Tudo que ela conseguia pronunciar, na verdade não era ouvido e sim visto, pois entre seus lábios só a fumaça conseguia transparecer...

... Cecília era seu nome, e mais nada! Entre todos os homens da face da terra que em seus registros de nascimento continham um sobrenome, Cecília era feita apenas por sete letras: Cecília. Com uma espécie de caráter apático, ela se continha entre todos os dentes do mundo, talvez porque os seus fossem bastante amarelados por tantos cigarros, fumos, “baseados” ao longo dos anos...

Quando jovem no grupo de amigos, Cecília poucas vezes foi vista rindo, no máximo depois de usar algum tipo de alucinógeno...

Mais ainda assim, entre todos os seres do mundo, Cecília tinha algo que a transformava em algo único e magnífico: Ela podia colorir e modificar tudo, tudo que a desagradasse, tudo que a incomodasse com um simples gesto!

Cecília com seu cigarro aparentemente despretensioso conduzia o mundo numa imensa e infinita viajem entre a fumaça e o ar...

...... Frio é : aquecer o passado, um sol de presentes advindos do fundo do baú...